Journey

Eu poderia chamar esse post de "resenha de gaveta" já que se trata de algo que eu já tenho preparado faz um certo tempo (e quando digo "um certo tempo" quero dizer desde que joguei o jogo no começo de abril desse ano), mas como jogos bons são atemporais (beijo, Mario!) resolvi que essa seria a primeira resenha que eu postaria aqui.




Dados técnicos:

Desenvolvedor: thatgamecompany (criadores de Flow e Flower)
Publicado por: Sony Computer entertainement
Plataforma: PS3
Onde comprar: PSN (U$15 em 12/04/12).
Lançamento: Março/2012
Modo de jogo:Single Player/Cooperativo

 

Review

Como descrever algo incomparável?

Confesso que demorei dias pensando em uma maneira de abordar um jogo tão profundo de forma sucinta e cheguei a conclusão de que era impossível simplesmente porque Journey não é um jogo qualquer, aliás, Journey não é um jogo!Journey é a linha mais tenue entre jogos e a imersão em produções cinematográficas.

No começo do mês passado assisti a uma entrevista feita pelo gamespot com Jonathan Blow (criador de Braid e não, ele não tem nenhuma relação com Journey mas acalme-se, tem um motivo para ele ser citado)  e em um dos melhores trechos ele comentou sobre a tendência dos jogos (principalmente das grandes franquias atuais e dos jogos japoneses) em subestimar a inteligência do usuário ao dar todas as respostas ao jogador sem permitir que o mesmo raciocine explorando o jogo por seus próprios meios, além de muitos jogos se extenderem prolongando e adiando fatos (os famosos fillers) simplesmente por achar que o jogo tem que ter um mínimo de horas de duração.

Assim como Jonathan Blow eu creio no prazer da descoberta e é isso o que Journey proporciona do início ao fim.

O que temos em mãos é um jogo completamente inovador que corre sérios riscos de ser eleito como o jogo do ano e maiores riscos ainda de te fazer chorar feito criança. Trata-se de pouco menos de 2 horas de gameplay mas que fazem valer cada centavo gasto no jogo.

O Jogo

Imagine-se em um deserto vasto, sem braços e sem um objetivo. Foi assim que Journey começou para mim.

Meu pequeno beduino em vestes vermelhas estava de joelhos e apresentou seus primeiros movimentos através de um tutorial simples e sem palavra alguma.

Ao meu redor não havia nada além de areia e ao chegar ao topo da primeira duna, a qual andei sem muito esforço, me deparei com algo aterrador: MAIS AREIA. Nos primeiros instantes é inevitável pensar em ofender até a alma de quem te indicou o jogo mas não se engane, essa é uma experiência única então VIVA.

Não tema o desconhecido, se aprofunde nas areias sem medo de se perder e aproveite o que é uma das primeiras demonstrações da beleza do jogo: ele permite inúmeras possibilidades e contudo te guia de maneira inteligente. Se você avançar excessivamente em uma certa direção, por exemplo, ao invés de se deparar com a velha parede invisível, será atingido por uma tempestade de areia que não te permitirá prosseguir naquela direção.

Mas nem só de exploração se faz o jogo!

Além do deserto em si, você vai encontrar velhas ruinas de pedra e mais ao longe um feixe de luz que parece vir de lugar algum. As construções te guiam e aumentam o seu poder propiciando encontros com símbolos e tecidos que serão sua fonte de recarga na sua jornada até a luz.

Os símbolos se incorporarão a sua roupa formando uma espécie de cachecol (ou seria capa?), já os pedaços de tecido serão a fonte de energia que recarregará os símbolos em seu cachecol permitindo que você pule e em algumas pequenas situações até mesmo voe.

Além disso, cada construção te contará um pedaço do que se mostra uma belíssima história muda da sua própria civilização.

Cooperativo anônimo

Uma das grandes inovações em Journey está na utilização inteligente e sutil de se jogar no modo cooperativo sem ao menos se dar conta disso.

Como tudo no jogo, o sistema cooperativo se apresenta de forma tão bem feita que parece natural. Seus parceiros de jornada aparecerão de forma espontânea e desaparecerão da mesma maneira, tudo completamente fluido, tão fluido que o fato de vocês não poderem se comunicar não será algo estranho, apenas reafirmará a atmosfera fantástica do jogo.

Experiência Pessoal

Journey foi o primeiro jogo que além de me levar as lágrimas por sua beleza tão complexa e ao mesmo tempo suave, me fez ter que instantaneamente ir até alguém dividir essa experiência.

Indico o jogo tanto a jogadores experientes quanto a quem está se iniciando no mundo dos jogos já que possui simples jogabilidade. Trata-se indubitavelmente de um marco na história dos jogos , com pouco menos de 2 horas de duração Journey mostrou que é possível ter arte e beleza na simplicidade.
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Um comentário:

  1. Olá,
    Primeiramente gostaria de parabeniza-la pelo ótimo post. Journey é aquele game que você pensa em escrever sobre e se depara pensando em como vai descrevê-lo fazendo jus a toda sua perfeição. É algo magnífico, sem dúvidas.
    Confesso inclusive que meu dia não é completo se não escutar pelo menos um trecho de sua OST, principalmente Apotheosis.
    Continue assim!
    Felicidades.
    Caio, do modomeu.com

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